quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Morfema zero

Para Flávia de Barros Carone (2001) existem casos em que os morfemas não se realizam por meio de fonemas, mas existem e atuam, por confronto com outro que lhe é oposto. Já Gleason (1961:80) afirma que há morfema zero somente quando a ausência de uma expressão numa unidade léxica se opõe à presença de morfema em outra. Por exemplo o confronto do singular com o plural: livro-s/livro-Ø. O lugar que no plural é ocupado pelo morfema -s, no singular é um conjunto vazio representado pelo símbolo Ø (morfema zero).


Outros exemplos de acordo com a tirinha são:

Espelhoà plural: espelho-s. Singular: espelho- Ø
Existeà plural: existe-m. Singular: existe- Ø
Meuà plural: meu-s. Singular: meu-Ø
Garotaà plural: garota-s. Singular: garota-Ø
Bonitaà plural: bonita-s. Singular: bonita- Ø


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Noticia

A notícia tem a intenção de nos informar fatos de interesse público em geral. Trata-se de um texto bastante recorrente nos meios de comunicação. Caracteriza-se por uma narrativa técnica e por sua imparcialidade.

Toyota recupera liderança mundial de vendas em 2012

A Toyota anunciou nesta segunda-feira (28) recorde de vendas de veículos em 2012, com 9,75 milhões de veículos comercializados —  alta de 22,6% em um ano. Com o resultado, a montadora japonesa recuperou a liderança mundial, na frente da norte-americana General Motors (GM) e da alemã Volkswagen, esta com 5,74 milhões de unidades vendidas.
O desempenho da Toyota no ano passado mostra uma clara recuperação de suas atividades após um ano de 2011 marcado por um terremoto no Japão, seguido de tsunami na Indonésia, que comprometeu a produção de diversos fornecedores.
A Nissan, outra montadora japonesa, também anunciou recuperação com recorde, nesta segunda-feira. De acordo com balanço, a companhia vendeu 4,94 milhões de veículos em 2012, alta de 5,8%.

Processos Morfológicos

De acordo com José Luiz Fiorin (2010) e Khedi, os processos morfológicos se manifestam sob a forma de adição, reduplicação, alternância e subtração.
  1. Adição: ocorre quando um ou mais morfemas é acrescentado à base, que pode ser uma raiz ou radical primário, ou seja, o elemento mínimo de significado lexical. Ex: marcado (na notícia acima), temos o morfema –do, que se acrescenta à raiz marca-.
São chamados afixos os morfemas que se adicionam à raiz. Dependendo da posição dos afixos em relação à base podemos ter cinco tipos:
  • Sufixação: depois da base. Ex: venda > venda-s; unidade > unidade-s;
  • Prefixação: antes da base. Ex: empenho > des-empenho;
  • Infixação: dentro da base. Ex: em Kmu (Laos)
/rkeŋ/ “esticado” > /rmkeŋ “esticar” (infixo -m-);
  • Circunfixos: são afixos descontínuos que enquadram a base, como em Georgiano (Cáucaso). Ex: /u...es/ “muito” - /u-lamaz-es-i/ ‘muito bonito” (cf. /lamaz-i/ bonito);
  • Transfixos: são descontínuos e atuam numa base descontínua, como em Hebraico: /sagar/ “ele fechou”, /esgor/ “eu fecharei”.
  1. Subtração: ocorre quando alguns segmentos da base são eliminados para expressar um valor gramatical. Ex: órfão/órfã, anão/anã, campeão/campeã.
  2. Alternância: ocorre quando alguns segmentos da base são substituídos por outros, de forma não arbitrária, porque são alguns traços que se alternam com outros; como em português pus/pôs, fiz/fez, avô/avó, pôde/pode.
  3. Reduplicação: é um tipo de afixação que repete fonemas da base, com ou sem modificações. Ex: papai, mamãe, vovó, tique-taque.

domingo, 27 de janeiro de 2013


Desinências verbais

Continuando a falar sobre as desinências, há também as desinências verbais: modo-temporais e número-pessoais. É bem fácil identificá-las.
Por exemplo, ‘eu ando’ há desinência modo-temporal: presente do indicativo, e número pessoal: primeira pessoa do singular.
Nas desinências verbais pode ocorrer o que chamamos de cumulação, quando expressam simultaneamente tempo e modo, bem como número e pessoa. Como o exemplo acima ‘eu ando’, o {-o} do presente do indicativo expressa tempo e modo/número e pessoa.

Vogais temáticas

As vogais temáticas (vt) são acrescentadas ao radical para formar uma base às quais são anexadas às desinências. A posição mais comum é radical + vogal temática + desinência.
As vogais temáticas têm a função de marcar classes de nomes e verbos, são as vt nominais e vt verbais.
As vogais temáticas nominais em português são {-a}, {-e}, {-o}. As desinências -o e –a exprimem mudança de gênero, menina (o), garota (o), já as vogais temáticas não. Não existe uma forma ‘livra’ feminino de livro, como não há ‘carto’ masculino de carta.
As vogais temáticas verbais na nossa língua são: -a- (primeira conjugação), -e- (segunda conjugação) e -i- (terceira conjugação). Exemplo: am-a-r, vend-i-a.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


História em quadrinhos

As histórias em quadrinhos geralmente são publicadas em revistas, livros e jornais. Recebeu vários nomes de acordo com as circunstâncias, por exemplo, nos Estados Unidos é conhecida como comics, pois as primeiras manifestações foram histórias humorísticas; no Japão é conhecida como mangá; na Argentina historietas; muñequitos e cómicos em Cuba e por aí vai, da mesma forma que no Brasil chamou-se por muito tempo de gibi, que era o nome de uma revista.



Desinências

De acordo com Valter Kehdi em seu texto Morfemas do Português as desinências são morfemas que servem para indicar as flexões de gênero e número (desinências nominais), e de modo-tempo e número-pessoa (desinências verbais).


Desinências de gênero
O gênero, em português, pode exprimir-se através de flexão (ex.: operário/ operária), de derivação (quando se acrescenta um sufixo ao radical, ex.: conde / condessa) ou de heteronímia (masculino e feminino representados por palavras completamente diferentes, ex.: boi / vaca.

Desinências de número
Comparando o par de palavras operário e operários percebemos que o plural é caracterizado pelo –s e que o singular não tem desinência específica.
Com relação aos nomes paroxítonos terminados em –s, como lápis e simples são invariáveis no singular e no plural. Nesse caso a identificação do número é através da concordância: lápis preto/ lápis pretos.








sexta-feira, 21 de dezembro de 2012





A raiz e o radical

A raiz muitas vezes é confundida com o radical por serem parecidos. Então aqui vai uma explicação:
Raiz: a raiz é um morfema comum a várias palavras de um mesmo grupo lexical, com significação básica desse grupo.
Para se encontrar a raiz deve-se fazer uma lista de palavras de um mesmo grupo lexical. Por exemplo, vamos pegar a palavra da tirinha comer:

Comer
Comida
Comilança
Comestível

A raiz é com-, pois como pode-se observar é o morfema comum desse grupo de palavras.

Radical: o radical é a parte da palavra que está em todas as formas de uma mesma palavra, ou seja, cada palavra tem seu radical, que pode ou não coincidir com a raiz e radical de outras palavras.
Para se encontrar o radical deve-se flexionar o nome em gênero e número e o verbo em número, pessoa, tempo e modo. Exemplo:

Nome:
Venda / vendas                                  radical: venda
Vendedora / vendedor                       radical: vendedor
Vendedoras / vendedores                  radical: vendedor

Verbo:
Vender (presente)
Eu vendo
Tu vendes
Ele vende
Nós vendemos
Vós vendeis
Eles vendem

Radical: vend-

Até a próxima ;)

sábado, 15 de dezembro de 2012


Morfema

Aprofundando um pouco mais sobre os morfemas, eles podem ser classificados em formas livres (conforme possam funcionar como enunciações isoladas, exemplo: mar, sol), formas presas (quando só aparecem atreladas, como o –s do plural em mesas) e formas dependentes (não é livre, nem presa).

Exemplificação:
A palavra infeliz ao ser analisada tem duas formas:
in- forma presa
-feliz- forma livre
In- é forma presa porque não tem sentido nenhum isolado e -feliz- é forma livre porque isolado continua com um sentido, não precisa de uma frase para se entender o significado da palavra feliz.

Analisando a frase: “Gosto de você de verdade.” Podemos perceber a forma dependente. De verdade não precisa estar grudado - ser uma só palavra para fazer sentido -, mas uma palavra depende da outra para ter significado.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


Hoje o tema é palavra, morfema, morfe e raiz.
A palavra é uma unidade da linguagem que pode constituir um enunciado, ou seja, pode ser definida como um conjunto de letras ou sons de uma língua. É com ela que conseguimos nos comunicar e nos expressar tanto na escrita quanto na fala.
O morfema é a unidade mínima de significado e é utilizado para formar várias palavras. Envolve significados e possibilidades combinatórias e pode se classificar em Morfema lexical e Morfema gramatical.
O morfe é a realização do morfema e a raiz é um morfema, ou seja, o morfe é o morfema realizado na escrita ou na oralidade e a raiz é um morfema que dá origem a várias palavras, como por exemplo at-o, at-or, at-ivo.

Trago aqui um texto de José Saramago sobre esse tema:


As palavras são boas. As palavras são más. As
palavras ofendem. As palavras pedem desculpas. 
As palavras queimam. As palavras acariciam. 
As palavras são dadas, trocadas, oferecidas, 
vendidas e inventadas. As palavras estão ausentes.
Algumas palavras sugam-nos, não nos largam...
As palavras aconselham, sugerem, insinuam, 
ordenam, impõem, segregam, eliminam. São melífluas
ou azedas. O mundo gira sobre palavras lubrificadas
com óleo de paciência. Os cérebros estão cheios 
de palavras que vivem em boa paz com as suas
contrárias e inimigas. Por isso as pessoas fazem o 
contrário do que pensam, julgando pensar o 
que fazem. Há muitas palavras. E há os
discursos, que são palavras encostadas
umas às outras, em equilíbrio instável graças
a uma precária sintaxe, até ao prego final do
Disse ou Tenho dito. Com discursos se comemora, 
se inaugura, se abrem e fecham sessões, se 
lançam cortinas de fumo ou dispõem bambinelas
de veludo. São brindes, orações, palestras e
conferências. Pelos discursos se transmitem 
louvores, agradecimentos, programas e fantasias. E
depois as palavras dos discursos aparecem deitadas 
em papéis, são pintadas de tinta de impressão - e por
essa via entram na imortalidade do Verbo. E as palavras
escorrem tão fluidas como o
"precioso líquido". Escorrem interminavelmente, 
alagam o chão, sobem aos joelhos,
chegam à cintura, aos ombros, ao pescoço.
É o dilúvio universal, um coro desafinado 
que jorra de milhões de bocas. A terra segue o seu 
caminho envolta num clamor de loucos, aos gritos,
aos uivos, envoltos também num murmúrio manso,
represo e conciliador... E tudo isso atordoa as estrelas
e perturba as comunicações, como as tempestades 
solares. Porque as palavras deixaram de comunicar.
Cada palavra é dita para que se não ouça outra
palavra. A palavra, mesmo quando não afirma, 
afirma-se. A palavra não responde nem pergunta: 
amassa. A palavra é a erva fresca e verde 
que cobre os dentes do pântano. A palavra é poeira 
nos olhos e olhos furados. A palavra não mostra. 
A palavra disfarça. Daí que seja urgente moldar 
as palavras para que a sementeira se mude em
seara. Daí que as palavras sejam instrumento 
de morte - ou de salvação. Daí que a palavra só valha
o que valer o silêncio do ato. Há também o silêncio. 
O silêncio, por definição, é o que não se ouve.
O silêncio escuta, examina, observa, pesa e analisa.
O silêncio é fecundo. O silêncio é a terra negra e fértil, 
o húmus do ser, a melodia calada sob a luz solar. 
Caem sobre ele as palavras. Todas as palavras.
As palavras boas e as más. O trigo e o joio.
Mas só o trigo dá pão.

O que esse texto tem a ver com o conteúdo acima? Bom, primeiramente fala sobre palavras, nos mostra que dependendo do contexto a mesma palavra tem vários significados. Nos mostra que a palavra é a base da nossa comunicação e que está em todos os lugares.